Representação subversiva de Rose Marie Muraro nos arquivos e no movimento feminista do Brasil
Palavras-chave:
Feminismo, Rose Marie Muraro, Identidade Coletiva, Arquivos Pessoais, Comissão da VerdadeResumo
O artigo visa analisar o papel subversivo de Muraro no movimento feminista brasileiro, destacando sua importância histórica, suas contribuições, o controle e a vigilância no período ditatorial brasileiro. Muraro representou a visão crítica, reflexões e ações de sua vida em prol do feminismo; em particular a introdução das relações das classes sociais e os aspectos sexuais, sua produção em publicações sobre estudo de gênero e do feminismo brasileiro, demonstrando a importância de seus arquivos pessoais na preservação da memória feminista. Muraro, nascida em 1930, enfrentou desafios pessoais e políticos, incluindo a censura e perseguição durante a Ditadura Civil-Militar de 1964-1985. Como editora trabalhou na Editora Vozes e foi fundadora da Rosa dos Tempos, publicou obras progressistas que desafiaram o patriarcado e a opressão das mulheres. Muraro recebeu reconhecimento por seu trabalho, incluindo o Prêmio Bertha Lutz e foi homenageada com prêmio pela Organização das nações Unidas - ONU. A Fundação Cultural Rose Marie Muraro continua promovendo suas ideias, mantendo viva sua memória. Utilizou-se metodologias teóricas e empíricas, levantamento de bibliografia voltada para arquivos pessoais, métodos exploratório e descritivo explorando fontes documentais e informações do Sistema de Informações do Arquivo Nacional - SIAN voltados à Comissão da Verdade e da Divisão de Diversão e Censura no período da Ditadura Civil-Militar, além da Assessoria de Segurança e Informação – ASI da Embratel; na Fundação Rose Marie Muraro, que contém correspondências, livros, e demais documentos sob a guarda da entidade. Apresenta dados de fundos documentais de mulheres escritoras e cientistas no Arquivo Nacional e FIOCRUZ. Os resultados enfatizam o protagonismo de Muraro, sua resistência política e sua influência duradoura no debate público e na transformação social, destacando a complexidade das relações entre arquivos privados e públicos no contexto do feminismo, dos direitos das mulheres, justiça social e direitos humanos.
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Telecomunicações Brasileiras S/A. Relatório confidencial sobre infiltração nos órgãos de comunicação social. Embratel – Assessoria de Segurança e Informações, 28 fev. 1975. Arquivo Nacional, Fundo Comissão Nacional da Verdade.
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Telecomunicações Brasileiras S/A. Continuação do relatório confidencial sobre infiltração nos órgãos de comunicação social. Embratel – Assessoria de Segurança e Informações, 28 fev. 1975. Arquivo Nacional, Fundo Comissão Nacional da Verdade.
Fonte: Arquivo Nacional.
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